Geração X

Meu tempo é agora

Há pouco me deparei com uma situação em que disseram a um senhor dos primeiros anos da Geração X: “Essa música é do seu tempo!” e ele imediatamente respondeu: “Meu tempo é agora!”. E continuou dançando. Ele está certo. A geração dele está produzindo e com tantos sonhos quanto as demais.

A Geração X pode ser considerada a mais estabilizada profissionalmente, segundo um artigo produzido no início da pandemia do Corona Vírus, publicado pelo jornal The Washington Post (2020), principalmente por questões da economia que atingiram em cheio a geração seguinte.

A Geração X, sequente aos Baby Boomers, começou a dar os ares de novos tempos entre os anos 1960 e 1980. A Geração X, em 2023, estaria entre seus 43 e 63 anos. Don Tapscott (2008) explica que, diferente de seus veteranos, a Geração X seguiu caminho inverso: teve baixíssimo número de recém-nascidos e, primeiramente, teria ganhado o nome de “fracasso de bebês”. O “X” intitulado à geração seria dado, a princípio, para o livro de Jane Deverson e Charles Hamblett, de 1964, “Generation X”, para descrever o movimento mod: uma subcultura que se vestia bem e com gosto musical apurado, como blues e jazz. Mas seria o romance ficcional de 1991, “Generation X: Tales for an Accelerated Culture”, de Douglas Coupland, que o termo passaria a ser usado dali por diante. O livro que virou sucesso de venda conta a história de três amigos que vivem o período da juventude nos anos 1980. O “X” foi usado pelo grupo que se sentia excluído e precisava entrar em um mercado de trabalho sem vagas, uma vez que seus irmãos mais velhos as ocuparam. Esse best-seller atraiu a atenção da mídia, que nomeou a geração de “X” (CRUZ, 2018). Os “xis” eram representados pela força da produção televisiva, dos videoclipes e do videogame. O estereótipo da geração indicava jovens que preferiam ficar em seus quartos cultivando fortes influências da cultura pop. São conhecidos também pela individualidade e por pertencerem a uma geração bem instruída pela escolaridade, segundo Tapscott.

Próximos aos anos 1980, a geração também viveu o cenário de incerteza econômica, enfrentou o desemprego, a inflação e a especulação financeira na década. Um novo estilo de vida começou a ser perseguido por grande parte dos jovens no período. Os yuppies ganharam destaque e status social. Com carreira em constante ascensão, eram jovens de sucesso e escolarizados, abreviação para young urban professional. Em um mundo extremamente capitalista, a juventude percebeu no trabalho uma oportunidade de satisfação e sensação de sucesso. Os yuppies foram uma subcultura que buscava por espaços de afirmação e estilos de vida baseados no consumismo.

As influências que nortearam valores, comportamentos, alegrias e preocupações da geração nos anos de juventude embalam e se cruzam com as que são apresentadas para a geração de jovens da vez, moldando e formando a maneira de uma sociedade encarar o mundo e a si em um processo de amadurecimento – fatores que devem ser colocados nessa balança para além do enquadramento geracional. Entre muitas ressalvas, tais como os recortes geracionais não considerarem algumas questões como classe, gênero, etnia e as especificidades dos cenários, estamos diante de uma Geração X ativa e implicando diretamente nos caminhos do presente e futuro em que vivemos.

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Referência Bibliográfica:

CRUZ, Elena. A Nova Velha Juventude: Modernidade, Mudança Social e Questões Geracionais nas Representações dos Millennials. 2018. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Comunicação do Departamento de Comunicação Social da PUC-Rio, Rio de Janeiro, 2018.

TAPSCOTT, D. Grow up digital: How the Net Generation is Changing your World. McGraw-Hill, New York, 2008.