Anos 2000, os Millennials esperaram o fim do mundo

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Você viveu esse período? Como o medo real do fim do mundo atingiu a vida desses jovens?

Entre cada defesa e os porquês das coortes de cada geração variarem, encontram-se algumas justificativas que muito se caracterizam por questões arraigadas pela cultura do país, particularmente dos EUA, como o 11 de setembro de 2001. Certamente, fatos históricos podem influenciar uma geração e deixar marcas na memória que transformam o modo de enxergar o mundo.

Ocorre que aqui, nossas pesquisas estão mais próximas da cultura brasileira e, no contexto vivido nesse ambiente, alguns mitos foram tão marcantes na memória dessa geração no Brasil quanto outros fatores históricos que ocorriam por aqueles anos. Estamos falando da virada do milênio e de todas as previsões catastróficas do que seria o fim do mundo, discursos que impressionaram muitos pré-adolescentes e crianças. E, ainda, poderia ocorrer algo como o “Bug do Milênio”, uma falha cibernética que iria impactar na vida de todo o planeta.

Eram profecias e conspirações que deixavam o clima tenso: “os aviões iriam cair, as usinas de energia seriam interrompidas, os mísseis nucleares explodiriam em seus silos e quase nada que estivesse sujeito a um sistema de computador funcionaria. Não era simplesmente um medo da população, governos de todo mundo se movimentavam. Na França, o ministro da Economia e Finanças da época, Dominique Strauss-Kahn, disse sem rir em novembro de 1998: ‘É cada vez mais provável que não haja aviões em 1 de janeiro de 2000’” (UOL, 2019). A matéria continua: “Citados pela revista Forbes em um artigo publicado em 1998, os havia alertado que ‘(…) Quando o relógio marcar o ano 2000, o país ficará sem eletricidade, os trens não circularão mais, os bancos entrarão em colapso e hordas de moradores da cidade procurarão comida’.”

As declarações e ações reais para essa mudança que estava por vir eram cada vez mais constantes na mídia. E se já impressionavam ao mundo, o que dizer de jovens e crianças? Como um bom exemplo, temos a declaração da atriz Carla Diaz em um canal de podcast. Ela conta que desistiu da carreira de atriz aos 9 anos, ainda durante as gravações da novela em que trabalhava, por saber pelos colegas adolescentes que o mundo “iria acabar!”. Impressionante para ela… e para muitos.

Referência:
CRUZ, Elena. A Nova Velha Juventude: Modernidade, Mudança Social e Questões Geracionais nas Representações dos Millennials. 2018. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Comunicação do Departamento de Comunicação Social da PUC-Rio, Rio de Janeiro, 2018.