Por que não falamos de Geração Alpha?

Data

Eles nasceram há pouco, mas já são assunto no mainstream

Os artigos anteriores apresentam uma boa noção das coortes etárias e a importância de delimitar datas de início e fim. Verifica-se que, dentro da coorte defendida aqui, aponta-se o fim da Geração Z nos anos 2019 ou 2020, fato que só será determinado nos próximos anos de pesquisa e crescimento desses bebês. Ainda temos pouquíssimo tempo para uma análise aprofundada da geração por inteiro, além de, claramente, compreender que inauguraram um período terrível de pandemia mundial, acompanhar tais desdobramentos na vida social também é um processo de observação consciente.

Quaisquer outras defesas acerca de adiantar essa data e apontar características são consideradas aqui como prematuras. Ainda estamos descobrindo tantos hábitos da Geração Z mais nova que pensar em uma próxima defesa agora não comporta dados suficientes para respostas.


Isso não significa que a geração seja ignorada pelos pesquisadores, pelo menos não por mim. Edgar Morin (2006) nos lembra que a juventude é uma “classe de idade” e que os indivíduos só estarão nessa condição por determinado período. O que nos liga um alerta para a urgência de atenção aos “pequenos passos” dos nossos Alphas que logo chegarão também aos seus anos de juventude. Isso me lembra de um pesquisador que acredita ser a Geração Alpha a primeira primeira parcialmente criada pelos pais e pela internet, nesse caso pelo Youtube. Morin (2006) também é enfático ao elucidar o sentimento de individualidade e pertencimento de grupo, característico da juventude, o que afirma pela ambivalência juvenil. O momento de criação de identidade expõe subjetividades que revelam desejos de ser único, especial. Por outro lado, o desejo também de pertencimento é genuíno do indivíduo em sociedade. São pequenas contradições e encontros de ideias que fazem dessas pesquisas tão atraentes. Acompanhemos a Geração Z e Alpha!

Referência:
MORIN, E. Cultura de massas do século XX: o espírito do tempo II – Necrose. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2006.