Em outras partes desse canal, já adiantei que esse é um assunto um tanto quanto difícil de encontrar concordância entre os pesquisadores de geração por todo o mundo. As datas defendidas no meu mestrado e doutorado, com respaldo de alguns desses pesquisadores já anteriores a mim, se aproximam bem. Apresento-as divididas em:
Geração X: 1960 a 1980;
Geração Y/Millennials: 1980 a 2000;
Geração Z: 2000 a 2019/2020.
Em geral, a contestação de alguns dos institutos de pesquisa do mundo está em torno dos anos finais dos Millennials e início da geração Z. A principal condição que observamos na Geração XYZ para essa divisão geracional entre os Millennials e a geração Z é a experiência de mundo. A geração Millennial foi a primeira a ter a possibilidade de experimentar a internet em casa, entendemos que a chegada da tecnologia no lar dos brasileiros está longe de ser um consenso e que vivemos em um país com intensa desigualdade social. No entanto, a possibilidade da tecnologia já existia a partir dos primeiros anos dos Millennials e, ao passar do tempo, a diferença foi lentamente mudando sua gradação para o cenário em que vivemos hoje. Em suma, o Millennial foi a primeira geração de jovens com internet. Indiscutivelmente, sabemos das barreiras quebradas e comunidades globais criadas a partir dessa transformação.
A experiência da geração Z não muda nesse sentido, mas ele já nasce com a consciência do seu poder de fala na internet, percepção que ganhou forma para os Millennials com a prática da relação no digital. A geração Z entra em seus primeiros anos juntamente com um marco essencial para a internet: os smartphones. Esses aparelhos que são quase parte do nosso corpo, entraram no novo século junto com a geração que também estreava seus primeiros integrantes. Com as devidas ressalvas, o jovem Z não sabe como é o mundo sem as facilidades de um smartphone na rotina.
Algumas empresas assumem suas invenções como o primeiro smartphone da história como IGM Simon, Nokia 9000, Blackberry e o primeiro iPhone. Os anos de cada um desses lançamentos são próximos e o intervalo de desenvolvimento dos smartphones seriam ainda mais rápidos. Como consequência, a destreza da geração Z com o avanço desses aparelhos é grande e ágil.
A relação com o entretenimento, comunicação, noção de tempo e informação de um modo geral muda quase que naturalidade no cotidiano com a experiência desse aparelho que está o tempo todo sendo acessado. Afinal, conseguimos rapidamente entender que realizar uma pesquisa, compra online ou enviar uma mensagem para algum contato modificou nossa forma de viver. Para a Geração XYZ a internet e a chegada dos smarthphones podem ser considerados dois grandes momentos de mudança para analisar a juventude e sociedade, principalmente a relação de como essas gerações podem se articular com o mundo. Principalmente, por esse motivo, esse ponto de vista é defendido e apontado essencialmente pela Geração XYZ: a internet e smartphones definem as gerações Y e Z, respectivamente.
